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Postagem Carrossel

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017 às 08:17

Secretários pré-candidatos à Câmara Federal começam a causar insatisfação entre os aliados do Governo Dino

Marcio Jerry, Márcio Honaiser, Neto Evangelista e Clayton Noleto
Começa a ganhar corpo uma guerra política em que estão de um lado deputados estaduais e federais que dão início aos movimentos para garantir a reeleição, e, de outro, membros do Governo estadual que sabidamente se movimentam para viabilizar suas candidaturas, umas para a Assembleia Legislativa, outras para a Câmara Federal nas eleições de 2018. É uma guerra antiga, nascida em governos ancestrais e que se repete com os mesmos ingredientes a cada quatro anos e é deflagrada exatamente no terceiro ano dos mandatos em curso. 

Na semana passada, o deputado estadual Stênio Rezende (DEM), um veterano desses combates, levantou a bandeira em discurso enfático na tribuna da Assembleia Legislativa, no qual fez uma dura reclamação à atuação do secretário de Estado da Agricultura, Márcio Honaiser, que segundo ele estaria usando a máquina do Governo para viabilizar sua candidatura à Câmara Federal na região de Balsas, citando ainda outros casos. “Eles estão oferecendo de tudo, e isso nos não podemos aceitar”, disse o deputado, que recebeu aval de vários colegas.

Mesmo sabendo que não existe Governo sem ter no secretariado um ou uns integrantes que visam disputar mandato eletivo e que, via de regra, atuam com as bênçãos do governador, os detentores de mandato não se conformam com a “regra” e batem forte para conseguir, pelo menos, uma atuação mais discreta dos secretários-candidatos. No Governo Flávio Dino (PCdoB), são vários os membros do 1º escalão que estão na corrida às urnas, e todos parecem atuar com o aval discreto do gabinete principal do Palácio dos Leões. Pelo menos até aqui estão ou estariam no páreo os secretários Márcio Jerry (Articulação Política e Comunicação), Márcio Honaiser (Agricultura), Neto Evangelista (Desenvolvimento Social) e Clayton Noleto (Infraestrutura). Fala-se também, mas com menos intensidade, de Márcio Jardim (Esportes).

Considerado o mais influente e atuante auxiliar do governador Flávio Dino, o jornalista Márcio Jerry, que também preside o PCdoB no Maranhão e atua como porta-voz político do chefe do Executivo é, de longe, o pré-candidato a deputado federal mais citado em rodas as rodas de conversa política, principalmente nas que reúnem insatisfeitos. Ele é acusado de usar o poder de influência que tem no Governo para aliciar prefeitos e  vereadores e de atropelar até aliados para disseminar o seu projeto político e eleitoral, que todos associam diretamente ao do governador Flávio Dino. Traquejado no jogo político e ciente dos riscos guardados nas entranhas do poder, experiência que acumulou ao longo de anos e anos de embates nos bastidores da esquerda maranhense, Márcio Jerry parece medir com precisão o efeito de cada reclame envolvendo-o no jogo pré-eleitoral, parecendo enxergar em cada grita um estímulo a mais para seguir em frente. Tanto que quebrou o silêncio sobre o assunto e já avisou que é, sim, pré-candidato a deputado federal.

Outro secretário apontado como pré-candidato a deputado federal tem sido também durante criticado por vozes que se sentem incomodadas com a sua atuação, é Márcio Honaiser, titular da Agricultura, tido nos bastidores como um dos auxiliares mais eficientes do atual Governo. Militante político da região polarizada por Balsas e filiado ao PDT, Honaiser tem forte ligação com o agronegócio, tendo tentado outras experiências nas urnas, tendo assim se tornado ponta-de-lança do candidato Flávio Dino na região, e por seu desempenho embarcou no Governo como titular da Agricultura. É candidato a deputado federal e integra o núcleo básico de apoio à candidatura do deputado federal Weverto Rocha (PDT) ao Senado.

O terceiro nome mais citado nas rodas políticas é o do secretário de Infraestrutura Clayton Noleto. Militante do PCdoB e um dos auxiliares de proa do governador Flavio Dino, Noleto entrou na ciranda pré-eleitoral quando ensaiou um movimento para ser o candidato do Governo à Prefeitura de Imperatriz, sua base política. Chegou a ganhar algum fôlego, mas acabou atropelado pelo jogo duro com que o PDT entrou na disputa bancando a candidatura da enfermeira Rosângela Curado. É apontado como um dos principais nomes da lista do PCdoB para a Câmara Federal, mas com um detalhe: ele próprio até agora fez qualquer declaração confirmando o projeto eleitoral.

Outros nomes citados para a Câmara Federal são Neto Evangelista (PSDB), que é deputado estadual licenciado e secretário de Desenvolvimento Social, e o secretário de Esportes, Márcio Jardim, que representa a ala rebelde do PT que não se dobrou à aliança com o PMDB. O tucano Neto Evangelista estaria ainda avaliando o próximo passo, exatamente por se encontrar numa situação delicada: é parte da base do governador Flávio Dino, mas encontra-se entre a cruz e a espada devido a movimentação política da sogra, a ex-prefeita Maura Jorge (Lago da Pedra), que parece determinada a ocupar um espaço expressivo nas próximas eleições, podendo disputar Governo, Senado, Câmara Federal ou Assembleia Legislativa. Neto Evangelista precisa dessa definição para montar seu projeto.

São encrencas que certamente já estão postas na mesa do governador Flávio Dino e que vez por outra vão tomar sua atenção, testar seu equilíbrio e medir sua paciência. (Da coluna Repórter Tempo)

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